27 de nov. de 2007

Leminski

"En la lucha de clases todas las armas son buenas: piedras, noches y poemas".

22 de nov. de 2007

ponto

no ponto de espera do transporte a mão calejada do homem ao lado me lembrou do que é feito o caminho para o céu,
o quanto custa erguer a elegância e a prepotência dos grandes monopólios,
sua roupa surrada estava tão longe das grandes grifes de algodão,
a pele sofrida estava tão longe do descanso e das pastas que hidratam,
a distância era de uma vida toda.




22 de ago. de 2007

morada

o corpo é que está na alma,
inseparável,
ele paga pelas incertezas do pensamento,
a alma sempre flutua como nuvem,
o corpo pesa como culpa.

18 de ago. de 2007

origem

foi tudo baseado na força,
no choro e no corpo,
foi sempre baixo, junto e transtornado,
a gente é cria da dor e do medo.

16 de ago. de 2007

realismo

a agressão já foi,
agredida,
perdida,
ida,
passou.

2 de ago. de 2007

passeio pelo mundo às 17h30

a beleza do cansaço,
com o contraste da cor e da hora,
o som do trabalho e do movimento,
anúncios de sucesso no transporte,
a confusão das conversas,
ansiedade do mais velho,
e a paciência do jovem,
retrato de gente.

30 de jul. de 2007

centro

é feito brincadeira de ciranda,
é palma,
cantiga,
saia rodada,
cheiro de gente,
gente preta,
gente branca,
olhos atentos,
e medo presente,
curiosidade permanente,
porque é bonito,
é vivo.

27 de abr. de 2007

falando de energia, transes & afins

a essência existe e não é violada,
os pensamentos e medos não abalam sua força,
ela está presente.


8 de fev. de 2007

previsão



é um ponto, ponto de ônibus com gente triste, gente cansada e, resfriada,
é chuva fina, chuva chata e, em hora errada,
é criança chorando e, mãe carregando, carrengando sacola, bolsa, filho, neto..
é vendedor de antena; é capa de celular minha jovem, é sandália rasteira pisando em poça d'água..
são moças com pressa pra não molhar o cabelo e velha devagar porque se perdeu do marido,
é guarda-chuva preto, rosa e amarelo, alguns de florzinha,
é capa de chuva.. é caderno na mão, caderno molhado, rosto molhado e sapato encharcado,
é gente irritada, vendedor que grita e canta junto com a música da loja,
é calçada pequena, é farol quebrado, é carro buzinando e, gente reclamando..
mania antiga de ter medo da chuva,
povo novo com mania antiga.


3 de jan. de 2007